sexta-feira, 27 de maio de 2011

GERAÇÃO SANDY

A geração pós-guerra foi chamada de "baby boomers". Eu sou da chamada geração X. Depois vieram as gerações Y e Z. E daí?

Cada geração apresenta características próprias. Na década de 1990, foi apresentada uma série "Anos Rebeldes" (década de 1960), que, por tratar da rebeldia contra o regime militar, influenciou o movimento dos jovens conhecido como "caras pintadas", cuja meta era o "impeachment" do presidente Collor.

Atualmente, a referência é o filme Tropa de Elite, o que demonstra o conservadorismo e individualismo dos jovens. Muitos não sabem o que seria inflação. Nasceram depois disto. Não conseguem perceber como a vida seria possível sem internet e sem celular.

Esta geração cresceu com a dupla Sandy & Júnior como referência. Cresceu ouvindo sertanejo, pagode e axé, o que explica a naturalidade de ver atrações de estilos diferentes numa mesma noite em festivais de música.

Causa certa estranheza ver ídolos como João Gilberto (anos 1950), Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque (anos 1960 e 1970), Cazuza e Renato Russo (anos 1980) comparados com as atrações atuais como Ivete Sangalo, Vitor e Léo, Alexandre Pires e Chiclete com Banana.

Dizer que houve uma vulgarização nos últimos anos, pode parecer saudosista. Talvez seja mesmo. Mas ouvir uma música de Chico Buarque ou de Renato Russo e, em seguida, ouvir a letra de algo na voz de Ivete Sangalo responde qualquer dúvida sobre que o teria alguma qualidade ou não.

Vale ainda destacar que tal superficialidade acaba associada a momentos constrangedores, que até então eram enfatizados pelos políticos brasileiros - um deputado mineiro acusado de plágio, para se defender, disse que tal prática seria comum na Assembléia Legislativa ou o governista Palozzi, afirmando, em sua defesa, que era comum um ministro sair do governo e prestar consultoria para empresas privadas.

A idéia seria: se todos fazem, logo o meu erro não poderia ser condenado e nem percebido como erro (?) já que é uma prática aceita pela sociedade (?). Os políticos esquecem que erro é erro e ponto final. Lembrar da gravidade do erro do outro não transforma o "seu erro" em acerto.

Sandy fez uma propaganda de cerveja sem gostar do produto. Basicamente, o que não servia para ela, Sandy recomendava para os outros ! Em sua defesa, disse que outros artistas teriam a mesma prática, seguindo a equivocada linha de raciocínio de muitos políticos brasileiros.