quarta-feira, 25 de maio de 2011

A ATUALIDADE DO ENSINO SUPERIOR

No especial sobre o ensino superior no Brasil do Jornal da Globo, ontem (24/05/2011) foram tratados os problemas das universidades. A infra-estrutura foi apresentada como o principal problema das escolas federais. O reitor da UFMA simplesmente não permitiu a entrada dos repórteres num laboratório da universidade. Foram mostradas cenas de abandono e falta de manutenção dos laboratórios. A maior parte da verba (90%) é gasta com pessoal. Ainda assim, foi dito que, por ter estabilidade no emprego, existe professor que não aparece para dar aula. Os docentes estariam desestimulados.

Nas faculdades particulares, destacou-se que somente a metade dos alunos conclui o curso superior. O problema da qualidade havia sido abordado na noite anterior (40% dessas escolas possuem as piores notas da avaliação).

Como se chegou neste quadro? Os oito anos de governo Lula foram fundamentais neste processo.

Primeiro, se falta dinheiro para manter e melhorar a infra-estrutura da universidades federais, ao invés de resolver o problema, a sua administração criou novas universidades e ampliou os campi das existentes.

Segundo, no governo anterior, os donos de faculdades, por causa do Provão, temiam que as suas unidades fossem fechadas devido a péssima qualidade do ensino. O presidente Lula acabou com o Provão, adotou outro sistema de avaliação e, pior, não houve fiscalização adequada.

Isso e a última Lei de Diretrizes e Bases da Educação permitiram a criação dos centro universitários - algo que não tinha a obrigação de pesquisa e extensão, e ainda tinha a autonomia que faltava às faculdades isoladas - e dos cursos a distância. O resultado foi a expansão do setor privado no ensino superior. Em 2011, 70% dos universitários estão nas escolas particulares.

A mudança do sistema de avaliação e a falta de fiscalização fizeram com que os empresários optassem pelo abandono da pesquisa e pela demissão de mestres e doutores, comprometendo a qualidade do ensino. Eles procuraram definir a concorrência pelo preço da mensalidade. A conseqüência? Muitos alunos entram nas faculdades, pagam mensalidade por uns dois anos e abandonam os cursos. Os que ficam e formam, devido a baixa qualidade do ensino, não são considerados aptos para o mercado.

Esta é a realidade atual do ensino superior no país.