segunda-feira, 9 de maio de 2011

CONCEITOS E FATOS

O criticado George W. Bush prendeu e levou a julgamento, depois a pena de morte, o inimigo Suddan Hussein. O elogiado Obama deu ordens para assassinar Osama Bin Laden, que na hora da morte, de acordo com as fontes dos Estados Unidos, estava desarmado. Outro indivíduo desarmado, que estava na casa, também foi assassinado.

A delação levou a prisão de Suddan Hussein, dentro de um buraco, com mais de 800 mil dólares. A deleção, com tortura, levou ao assassinato de Bin Laden. Ele possuía dois celulares e 500 euros (nisto, ele foi coerente no seu ódio pelos Estados Unidos) costurados na roupa. Diferente de Suddan Hussein, estava numa casa de três andares, com seus familiares, lugar que teria passado os seus últimos anos de vida.

Nos momentos decisivos, as ações de George W. Bush, Suddan Hussein, Obama e Bin Laden não foram, ironicamente, o que se esperava deles. O que existiu em comum no episódios foi a traição, que em alguns lugares chamam de "deleção premiada", tentando transformar algo negativo numa virtude. Hoje, os trinta dinheiros recebidos por Judas seriam interpretados de outra maneira.

Os representantes do governo norte-americano falaram da tortura como algo "natural" no processo de obter informações de um preso. Obama foi aplaudido de pé, tanto por democratas como por republicanos, pelo tiro a queima roupa contra Bin Laden, sem chance de defesa ou possibilidade de julgamento. Os militares dos Estados Unidos invadiram outro país como se fosse o quintal de sua casa, sem avisar as autoridades locais. Tudo foi apresentado no noticiário como ações naturais de uma nação "civilizada" contra povos "bárbaros".

Nunca conceitos e fatos estiveram tão distantes.