segunda-feira, 9 de maio de 2011

FLEURY

Na minha infância, lembro de ver cartazes dos "terroristas" procurados. Perguntava aos adultos o significado daquilo e ninguém explicava direito. Era um assunto proibido.

Anos depois, entendi que as pessoas procuradas faziam oposição à ditadura militar. A proibição de conversar sobre o assunto tinha a ver com a repressão e a censura no período.

Provavelmente, quem mais simbolizou a repressão, na época, foi o delegado Fleury.

Se, por um lado, ele era condecorado pelas autoridades oficiais, por outro, não havia dúvidas quanto ao seu papel nas prisões arbitrárias e nos excessos da polícia. Ele foi, além de "chefe do Esquadrão da Morte, corporação clandestina de policiais, (...) indiciado em diversas ocasiões pela morte de supostos bandidos e pela tortura a presos políticos." (Almanaque Abril, Quem é Quem, p. 213) Nunca ficou preso. Morreu em 1979.