terça-feira, 19 de abril de 2011

FILOSOFIA DE BAR: NECESSIDADE, MOTIVAÇÃO E MEDO

A casa caiu? Ainda não... Mas não existe saída: o fim é a morte. Antes, porém, existem as crises, que são agravadas depois dos 30 anos: divórcio, falência, desemprego, loucura, prisão, asilo, suicídio... Essas crises são conseqüências, em parte, das escolhas feitas normalmente aos 25 anos: formatura, casamento e/ou filho. Antes dessa idade, existe a fase "dourada", quando tudo parece bom e novo: namoros, bares e festas entre os 15 e 25 anos; os colegas nas escolas, entre os 5 e 15 anos; e a presença da família entre o nascimento e os 5 anos.

Os 25 anos seriam o marco: antes você era "filho" - alguém era responsável pelos seus atos - e depois você torna-se sujeito. Estudo, trabalho e caos.

Não enxergar a decadência não resolve o problema. As frustrações, como destaca Freud, "perturbam a alimentação, as relações sexuais, o trabalho profissional e a vida social" e geram "casos graves de neurose," que com o passar dos anos, podem aparecer como AVCs ou ataques do coração. Em suma, a alienação não é a resposta.

O que leva um indivíduo a fazer algo? Necessidade. Motivação. Medo. Os três fatores dependem das condições que ele vive no momento. Essas condições são definidas, sobretudo, pelas infinitas relações entre as pessoas, que resultam em fatos, que criam efeitos positivos para alguns e negativos para outros. O que os indivíduos produzem em suas infinitas relações não têm como resultado algo lógico ou racional. Por exemplo, uma pessoa que mata, rouba e comente outros crimes, pode torna-se rica, não ser presa, ter filhos e netos, e morrer naturalmente na velhice. Outros, que são éticos e honestos, podem sofrer conseqüências negativas na velhice.

A vida é definida por dois instintos: a sobrevivência (alimentação) e a reprodução (sexualidade). Os "jogos" poderiam representar um terceiro fator. Eles seriam aquilo que permitem a satisfação dos dois instintos.

Se sexo é vida, a perda da sexualidade seria a morte. Existe uma propaganda de uma clínica, que passa na televisão nos intervalos dos jornais, que promete resolver os problemas de ereção e ejaculação precoce. Aparentemente, esses problemas são associados à velhice.

Na terceira idade, o sexo é percebido como algo "estranho". Os velhos podem abandoná-lo e escolher "outra obsessão" para lidar com a vida ou podem fazer escolhas, que aos olhos dos outros, seriam "bizarras", como o envolvimento com pessoas muito mais jovens, as drogas, o sadomasoquismo ou o bi-sexualismo.

O viagra ajuda, mas a verdade é que a excitação, na terceira idade, não seria tão óbvia como na juventude. Além do fator biológico, não há como negar que após décadas fazendo a mesma coisa, se houver interesse em continuar, alguma novidade teria que aparecer. Desistir de ter relações sexuais é uma opção comum. Continuar, nesta idade, é que seria o problema. De certa maneira, se aquela premissa for correta - "sexo é vida" -, continuar representaria uma resistência à morte.