terça-feira, 19 de abril de 2011

DIREITA E ESQUERDA

Não sou militante de partido de esquerda. Assim, não sou obrigado a seguir dogmas, nem a justificar atitudes de governos e, muito menos, de ler somente obras de autores marxistas. Leio de tudo. Alguns filósofos, como Nietzsche e Heidegger, são interessantes como "provocadores da reflexão". O resultado político das suas teorias é outro problema.

Neste contexto, Georg Lukàcs estava correto quando colocava Heidegger entre os pensadores burgueses (História e Consciência de Classe, p. 364). Basta lembrar que ele assumiu, na época do nazismo, o cargo de reitor da Universidade de Freiburg, "expressando suas esperanças numa 'completa revolução da existência germânica'." (Heidegger, Os Pensadores, p. 5 e 6)

No século XX, porém, não existiu apenas o totalitarismo de direita. O governo stalinista na antiga União Soviética serve como exemplo de totalitarismo feito em nome dos ideais da esquerda.

Quem lê meus textos, já percebeu as minhas críticas ao governo petista da administração Lula, sobretudo no que diz respeito aos temas da educação e da política externa. Por outro lado, não há como negar que o efeito político do capitalismo no cotidiano da maioria da pessoas é péssimo, pois aumenta a alienação e a desigualdade na sociedade. A última revolução tecnológica não mudou essa realidade. O que ocorreu foi uma maior concentração de renda e um aumento do desemprego.

A leitura de obras clássicas, independentemente da linha política do autor, como são os casos de Lukàcs, Nietzsche e Heidegger, pode ajudar na reflexão e na busca de soluções para as angústias diárias vividas sobretudo nas grandes cidades.