sexta-feira, 11 de março de 2011

A POLÍTICA EXTERNA DO GOVERNO LULA

Historicamente, a diplomacia brasileira sempre foi pautada por posturas serenas e ficava distante de líderes internacionais polêmicos e radicais, como seriam os casos de Hugo Chávez da Venezuela e Mahmoud Ahmadinejad do Irã. O ex-presidente Lula mudou isso, achando que seria considerado uma nova liderança mundial. Entretanto, o efeito foi o contrário. A liderança brasileira tornou-se motivo de piada e comprometeu a imagem do país no cenário internacional.

Um exemplo foi uma sátira na tv de Israel (http://www.youtube.com/watch?v=gw78mc8zcnI). Lula foi mostrado como um líder inexperiente e desinformado, que não deveria interferir nas questões do oriente médio.

Outro exemplo foi o jornal norte-americano Washington Post. O jornalista Jackson Diel analisou os fracassos de Lula no exterior. Foi lembrado o apoio do presidente brasileiro ao Irã e a resposta negativa do governo desse país quando Lula ofereceu asilo à uma mulher condenada a morte. O jornal Folha de São Paulo, no artigo "Lula é melhor amigo dos tiranos do mundo democrático, diz colunista do Post" (03/08/2010), traduziu trechos do colunista norte-americano:

"Diehl diz que Lula 'foi mais uma vez humilhado por um de seus clientes', o líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, 'patrocinador do terrorismo e que nega o Holocausto, a quem Lula publicamente abraçou - literalmente'. Segundo Diehl, o governo de Ahmadinejad usou de 'condescendência refinada' para descrever Lula como 'mole'."

Ironicamente, a sátira da tv israelense, quando mostrava um Lula mal informado, foi, de certa forma, confirmada na nota do governo do Irã - Lula "é uma pessoa muito humana e emotiva que provavelmente não recebeu informações suficientes sobre o caso", o que ainda deu a entender que o líder brasileiro seria "fraco", como lembrou Jackson Diel. Além disto a preocupação em dar asilo à uma condenada a morte contradizia com o apoio de presidente brasileiro ao governo cubano, como foi citado no jornal:

"O líder iraniano 'não é o único ditador a explorar o apoio incondicional de Lula', continua Diehl em seu artigo. 'Lula estava ocupado, alisando Raul e Fidel Castro em Cuba em fevereiro passado, quando o regime anunciou que um dissidente preso, Orlando Zapata Tamayo, morreu em greve de fome'."

A defesa constante de Hugo Chávez da Venezuela, que Lula insistia em dizer que era democrático, foi outro exemplo do seu governo no que dizia respeito à política externa.

Com dois meses de governo e diante das crises dos ditadores africanos - Egito e Líbia -, a presidente Dilma Roussef deu sinais que mudaria de rumo e que não seria uma aliada dos regimes autoritários. Na sua visita à Argentina, a presidente fez questão de receber as líderes das mães dos desaparecidos políticos. Tratou-se de uma postura clara em favor dos direitos humanos. Aparentemente, a diplomacia brasileira retomará o caminho certo nas relações internacionais.