quinta-feira, 3 de março de 2011

KARL MARX

Ernest Mandel, em 1978, na sua introdução ao segundo volume do Capital (p. 79) de Marx (Editora Penguin) escreveu [* ver obs. no final do texto]:

"Following the social explosion initiated in the Western world by May '68 in France, the severe generalized recession of 1974-75 has confirmed Marx's basic analysis. (...) The only possible remedy for economic crises of over-production and social crises of class struggle is the elimination of capitalism and class society. No other solution will be found, either in theory or in practice. This awe-inspiring prediction made by Marx has been borne out by empirical evidence ever since 'Capital' was written. There is no sign that it will be contradicted by current or future developments."

Após as crises de 1968 e de 1974-75, o mundo passou por outras mudanças importantes. O fim do socialismo real nos países do leste europeu, o avanço das tecnologias da informação - a invenção do computador pessoal e da internet - e os ataques de 11 de setembro de 2001 são alguns exemplos. O capitalismo, como sistema de geração de riqueza para uma minoria e exclusão da maioria, continua essencialmente o mesmo. Nisto, não há como negar que, até hoje, a melhor análise feita sobre esse modo de produção foi aquela de Karl Marx.

A solução proposta por Marx era simples, como destaca Mandel: trata-se da "eliminação do capitalismo e da sociedade de classe." Entretanto, isso não aconteceu ainda. As tentativas dos países do leste europeu fracassaram. Países como Cuba e Coréia do Norte são vistos como ditaduras atualmente. Na China, existe um jogo "duplo". De uma lado, são utilizados os símbolos comunistas. A política do partido único, da censura e da falta de liberdade ainda permanecem. Por outro lado, a China tornou-se a maior economia do mundo e incentiva o consumismo.

Com a crise dos países do leste europeu, muitos defenderam "o fim da história" e a vitória do capitalismo, como se isso representasse o fim das contradições. Na verdade, os homens continuam fazendo a sua história, os ricos continuam cada vez mais acumulando capital e a miséria da maioria permanece. A culpa pelo 11 de setembro foi associada aos grupos terroristas islâmicos, o que demonstrou, de fato, que milhões de pessoas, de diferentes culturas e religiões, não aceitam o modo de vida neoliberal que é imposto no processo de globalização. Se antes, ideologicamente, o inimigo era o comunismo, depois de 2001, passou a ser o terrorismo. Inimigo de quem ou do quê? ... da acumulação de capital (para poucos)? do consumismo? da alienação? da miséria da maioria?

Os homens fazem a sua história e ela não acabou. Nesta perspectiva, não é possível determinar o que acontecerá no futuro. Esse discurso que afirma que o neoliberalismo representa o último estágio da história da humanidade é apenas uma ideologia que visa impedir as pessoas de criarem os seus próprios caminhos e viverem as suas experiências.

[* obs.: os trechos em inglês podem ser traduzidos automaticamente com a ferramenta de idiomas do Google.]

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